Viajar por Bulgária e Romênia: cidades medievais e mosteiros

Viajar por Bulgária e Romênia: cidades medievais e mosteiros

15 de dezembro de 2025
Roteiros

Viajar por Bulgária e Romênia é atravessar um território onde a história se mantém visível nas ruas, muralhas, mosteiros e cidades que parecem suspensas no tempo. Entre os vales dos Bálcãs e as montanhas dos Cárpatos, o roteiro revela capitais vibrantes, fortalezas medievais, vilarejos de pedra, cidades renascentistas e paisagens que mudam conforme a estrada avança. 

São países que guardam camadas culturais profundas, visíveis tanto nas rotas que cruzam Plovdiv, Veliko Tarnovo e Rila quanto nos centros históricos de Brașov, Sibiu e Sighișoara. Ao longo da viagem, a arquitetura conversa com a geografia. 

Mosteiros escavados na rocha, igrejas pintadas, vales verdejantes, estradas que serpenteiam entre paredões e cidades que nasceram em encostas revelam como Bulgária e Romênia preservam identidades próprias. Cada parada oferece um modo diferente de ler o passado: na espiritualidade de Rila, nas ruas saxônicas de Transilvânia, nas muralhas de Bran, na vida cultural de Bucareste ou na elegância de Sibiu. É um percurso que combina história, natureza e ritmo tranquilo, permitindo que o viajante observe o coração do leste europeu em movimento.

Bulgária entre Sófia, Rila e as antigas capitais

A Bulgária revela sua história em camadas, especialmente quando o percurso começa por Sófia. A capital combina ruas largas, parques arborizados e edifícios que atravessam períodos distintos. A Catedral Alexander Nevsky domina a paisagem com sua cúpula dourada, enquanto a Rotunda de São Jorge, preservada entre construções modernas, mostra como a cidade se formou sobre sucessivas ocupações romanas, medievais e contemporâneas. Essa convivência entre tempos cria uma atmosfera em que o passado permanece próximo do visitante.

A estrada que parte de Sófia em direção às montanhas leva ao Mosteiro de Rila, um dos símbolos espirituais mais importantes do país. Envolto por vales e florestas, o mosteiro combina arquitetura monástica, pátios internos e afrescos que narram histórias religiosas e cotidianas. A presença das montanhas torna a experiência ainda mais sensorial: o silêncio, o ar frio e o desenho das encostas fazem de Rila um encontro entre geografia e espiritualidade.

De Rila em direção ao interior, o roteiro alcança Plovdiv, uma das cidades continuamente habitadas mais antigas da Europa. O Teatro Romano, os bairros renascentistas e as colinas que dividem a cidade revelam um território moldado por culturas diferentes ao longo dos séculos.

 A viagem segue para o Vale das Rosas, região de Kazanlak, onde tradições agrícolas convivem com sítios arqueológicos trácios. Adiante, Veliko Tarnovo surge como uma antiga capital medieval, com casas apoiadas nas encostas e muralhas que acompanham o curso do rio Yantra. Próximo dali, Arbanasi e as igrejas escavadas na rocha de Ivanovo ampliam a leitura histórica e espiritual do país.

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Romênia entre Bucareste, Cárpatos e castelos

A Romênia revela sua identidade logo em Bucareste, uma capital que cresceu entre bulevares largos, praças sombreadas e edifícios que alternam arquitetura neoclássica, influência parisiense e marcas do período comunista. O centro histórico guarda cafés, livrarias, igrejas e ruas estreitas que contrastam com a monumentalidade do Palácio do Parlamento. É uma cidade que mistura elegância antiga e memória recente, dando início a um percurso que atravessa paisagens muito diferentes ao longo dos Cárpatos.

Ao sair da capital, o roteiro se aproxima de Sinaia, conhecida como a Pérola dos Cárpatos. Cercada por montanhas e florestas, a cidade abriga o Castelo de Peleș, construído como residência da família real romena. A arquitetura neorrenascentista, os jardins, os vitrais e os interiores preservados transformam a visita em um mergulho na história do país. O entorno montanhoso cria um clima fresco e silencioso, que reforça a sensação de estar em um refúgio elegante no meio das montanhas.

Seguindo pelos vales, o trajeto chega ao Castelo de Bran, envolto em muralhas e lendas. Embora seja associado à figura literária do Drácula, o castelo tem origem medieval e ganha importância pela relação com a Rainha Maria da Romênia no início do século XX. Próxima a Bran, Brașov revela um dos centros históricos mais charmosos da Transilvânia, com praças amplas, igrejas góticas e ruas que se abrem para a paisagem dos Cárpatos. A combinação entre mitos, arquitetura e montanha cria uma leitura rica da região.

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Mosteiros pintados da Bucovina: arte, silêncio e paisagem

A Bucovina recebe o viajante com colinas suaves, vilarejos tranquilos e um dos conjuntos religiosos mais notáveis do Leste Europeu. Em Gura Humorului começa a aproximação aos mosteiros pintados que se tornaram referência mundial. Voroneț, Moldovița e Sucevița preservam afrescos externos em tonalidades vivas, cenas bíblicas detalhadas e uma tradição artística que se integra ao ritmo rural da região. Esse conjunto, reconhecido pela Unesco, revela como espiritualidade e comunidade moldaram a paisagem cultural da Romênia.

Lacu Roșu e Bicaz: a travessia pelas montanhas

Ao sair da Bucovina e seguir para o sul, a geografia muda. Lacu Roșu surge como um lago cercado por encostas e troncos submersos, marcando o limiar da travessia pelos Cárpatos. A estrada continua pelo Desfiladeiro de Bicaz, onde paredões verticais e curvas estreitas criam um dos trechos mais impressionantes do percurso. É uma passagem de contraste, em que silêncio, sombra e altitude fazem parte da experiência.

Sighișoara, Biertan e Sibiu: cidades históricas da Transilvânia

Na Transilvânia, as cidades revelam heranças saxônicas e um cuidado urbano raro. Sighișoara, com seu centro histórico tombado pela Unesco, mantém torres coloridas, muralhas e ruas medievais preservadas. Não distante dali, Biertan apresenta a força das igrejas fortificadas construídas por comunidades germânicas, também reconhecidas como Patrimônio Mundial. 

Em Sibiu, o conjunto urbano elegante, as praças amplas e o ritmo cultural revelam outra faceta da região. A combinação desses três pontos constrói uma leitura ampla da história, arquitetura e identidade transilvana.

A geografia dos Bálcãs e dos Cárpatos

Viajar por Bulgária e Romênia ganha profundidade quando observada pela geografia. As duas regiões são marcadas por cordilheiras, vales e altitudes que criam atmosferas muito diferentes ao longo do roteiro. 

Os Bálcãs atravessam a Bulgária de leste a oeste, moldando cidades como Plovdiv e Veliko Tarnovo e influenciando padrões de arquitetura, agricultura e ocupação urbana. A presença constante das montanhas acompanha o deslocamento e traz uma sensação de travessia lenta, em que curvas e encostas revelam fragmentos de vilarejos e campos trabalhados há séculos.

Ao entrar na Romênia, os Cárpatos se tornam o eixo dominante da paisagem. Eles criam gargantas, desfiladeiros, lagos e estradas sinuosas, como o trecho entre Lacu Roșu e o Desfiladeiro de Bicaz. A altitude modifica a luz, a temperatura e até a vegetação. Em dias claros, as montanhas revelam longas camadas azuladas que se sobrepõem no horizonte.

Em dias nublados, o relevo ganha densidade. A geografia não é apenas fundo de imagem: ela estrutura ritmos, cria pausas e guia a forma como as cidades se conectam entre si.

Arquiteturas que atravessam séculos

A riqueza arquitetônica que se percebe ao viajar por Bulgária e Romênia é o resultado direto das camadas históricas que se sucederam nesses territórios. Em Plovdiv, o Teatro Romano, as ruas traçadas sobre antigas fundações e as casas renascentistas revelam uma convivência entre eras que permanece visível. 

Já Veliko Tarnovo, antiga capital búlgara, mostra uma arquitetura medieval que se apoia na encosta e transforma o relevo em parte da estrutura urbana. Igrejas, muralhas e casas de madeira recortam o vale e criam uma paisagem urbana que se acomoda ao movimento do rio Yantra.

Na Romênia, a diversidade continua. O centro histórico de Sighișoara, protegido pela UNESCO, preserva torres, casas coloridas e ruas de pedra que mantêm a escala original da cidade medieval. Biertan, também reconhecida como Patrimônio Mundial, apresenta uma das mais expressivas igrejas fortificadas da Europa Central, testemunho da presença saxônica na Transilvânia. 

Em Sibiu, praças amplas, fachadas renascentistas e telhados com janelas em formato de “olhos” revelam uma cidade que equilibra tradição e vida cultural contemporânea.

Sabores que acompanham a história dos povos

A culinária que se conhece ao viajar por Bulgária e Romênia se expressa no encontro entre culturas eslavas, otomanas, germânicas e latinas. Na Bulgária, pratos como banitsa, iogurtes artesanais, queijos frescos e ensopados aromáticos fazem parte de uma tradição que preserva técnicas antigas. A culinária acompanha o relevo: nas montanhas, sopas quentes e preparações robustas; nas regiões mais baixas, pratos leves e vegetais em conserva. A presença de pimentões, ervas e pães artesanais reforça a ligação com a agricultura de pequena escala.

Na Romênia, os sabores se aproximam da tradição camponesa e das influências trazidas por comunidades saxônicas e húngaras. Sarmale, ciorbă e preparos com milho e carne defumada representam parte essencial da culinária transilvana. Nas cidades históricas, cafés e confeitarias mantêm doces tradicionais e hábitos ligados ao ritmo cotidiano. A gastronomia torna-se modo de leitura das regiões, revelando o que se conserva, o que se adapta e o que se compartilha entre povos vizinhos.

Cultura viva: tradições, música e artesanato

A cultura tradicional se manifesta nas ruas, mercados e vilarejos visitados ao longo da viagem. Na Bulgária, bordados, tecelagens, cerâmicas e ícones religiosos demonstram habilidades transmitidas entre gerações. As feiras locais revelam tecidos coloridos, peças de madeira e trabalhos manuais que mantêm símbolos ancestrais vivos na rotina contemporânea. A música, marcada por ritmos balcânicos, acompanha festas e celebrações que preservam rituais comunitários.

Na Romênia, a presença saxônica deixou marcas no artesanato da Transilvânia, visíveis em trabalhos em madeira, vitrais e objetos decorativos. Nos vilarejos, a produção artesanal ainda está ligada ao cotidiano das famílias. Os mosteiros pintados da Bucovina, com seus afrescos elaborados, representam outro aspecto da cultura viva. A arte religiosa dialoga com a paisagem e revela uma tradição que não se perdeu ao longo dos séculos.

A viagem em movimento: estradas, ritmos e mudanças na paisagem

As estradas revelam tanto quanto os destinos ao viajar por Bulgária e Romênia. Entre cidades, vilas e montanhas, o percurso permite observar plantações, colinas, rios e pequenas comunidades que marcam a vida rural dos dois países. A viagem pela Bulgária segue rotas que atravessam vales largos e cidades organizadas em torno de mercados, praças e ruas históricas. Conforme o trajeto avança, o relevo muda, a vegetação se transforma e a luz assume tonalidades diferentes em cada período do dia.

Na Romênia, as estradas serpenteiam entre encostas, planaltos e vilarejos de arquitetura saxônica. Os Cárpatos criam um eixo natural que orienta o deslocamento e define a experiência visual do percurso. A alternância entre trechos abertos, curvas fechadas, paredões e clarões de luz torna o deslocamento parte essencial da viagem, mais contemplativo do que apressado. O trajeto entre Lacu Roșu, Bicaz e as cidades da Transilvânia é um dos trechos em que a paisagem se impõe de maneira mais forte.

Quando ir: clima, estações e ritmos da rota Bulgária e Romênia

O clima ao viajar por Bulgária e Romênia define atmosferas completamente distintas ao longo do ano. Na primavera, cidades e vilarejos ganham tons verdes, enquanto os campos se abrem para o florescimento. O verão traz dias longos e ensolarados, ideais para caminhadas, travessias por vilas históricas e visitas a mosteiros e castelos.

Outono e inverno transformam a paisagem: folhas douradas e temperaturas amenas no outono; neve, silêncio e luz difusa no inverno. Cada estação revela uma forma específica de observar cidades, montanhas e caminhos.

A melhor época depende do ritmo desejado. Para quem prefere vilas históricas movimentadas, mercados abertos e cidades em plena atividade cultural, verão e início do outono oferecem mais opções. Para quem busca silêncio, interioridade e paisagens de montanha, o inverno traz estradas tranquilas e atmosferas mais recolhidas. Independentemente da estação, a viagem combina história, natureza e arquitetura de forma contínua.

Se Bulgária e Romênia despertam em você o desejo de caminhar por cidades medievais, mosteiros silenciosos e paisagens moldadas pelos Cárpatos, a Paralelo 30 acompanha esse movimento com atenção e presença. Nosso time está aqui para orientar cada escolha, construir o percurso no seu tempo e transformar essa rota histórica em uma viagem profunda, tranquila e cheia de descobertas.

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